terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Meu estilo

por Alessandra Medina


A mania de usar bolsas femininas – grifadas, é claro – começou nos tempos em que dava aulas particulares para bem-nascidas meninas da sociedade carioca. "Precisava carregar minhas tralhas", explica. O acessório virou marca registrada de Bruno Astuto Amendola, colunista social que, em sua página diária no jornal O Dia, retrata a rotina de festas, viagens e (muitas) fofocas que preenchem os dias e as noites do high society carioca.

Seu nome é Bruno Astuto mesmo?
É. Meus pais eram descendentes de italianos, professores e de classe média alta. Minha mãe morreu quando eu tinha 4 anos e meu pai, quando eu tinha 10. Fui criado por uma tia. Não tive uma vida difícil, mas dava aulas particulares para comprar meus livros e fazer minhas viagens.

Aulas de quê?
De tudo: matemática, química, física, cultura geral, português para estrangeiros. Preparei crianças para estudar em colégios da Suíça. Tudo começou com as aulas de francês. Aprendi no colégio e, depois, foi muito natural. Parecia uma coisa assim... de outras vidas!

Você sempre quis ser colunista?
Não. Fiz direito, mas odiava. Tenho horror a papel e a burocracia. Chorava todo dia porque queria escrever.

Usar bolsas femininas é uma de suas marcas registradas. Como surgiu essa paixão?
Por necessidade. Como professor, tinha de carregar um monte de coisas. E, se preciso andar com um monte de tralha, que seja com estilo!


Stéfanie Brito e Bruno Astuto saindo de um restaurante no Leblon


O que você leva dentro delas?
O básico: carteira (Louis Vuitton), máquina fotográfica, cigarro, blush e corretivo (Mac) e meu BlackBerry. A capa dele é linda, laranja! Foi presente da (modelo) Naomi Campbell. Imagina carregar tudo isso no bolso da calça. Vão pensar que estou pagando promessa!

Qual foi a primeira bolsa?
Eu tinha 18 anos. Foi uma Louis Vuitton caretíssima, toda preta, parecia uma pasta. E eu odeio pasta! Na época eu era careta. Hoje sou um revolucionário. A segunda não era tão careta, e a partir daí eu comecei a colecionar.

Quantas bolsas você tem?
Em torno de 300. Já tive 400, mas estou numa fase de limpeza.

E o que vai fazer com elas?
Um leilão beneficente.

E os colares, outra marca registrada, parou de usar?
Distribuí alguns para os amigos, outros dei a minha tia. Eles eram grandes, sabe? De pedras, um luxo! Mas não combinavam mais comigo.

Você também vai simplificar seu guarda-roupa?
Não, só as bolsas. Meu guarda-roupa é muito funcional.

E sapatos?
Não tenho muitos pares, mas, se gosto de um modelo, compro vários iguais. Comprei cinco mocassins vermelhos Ferragamo de uma vez só. Vai que ele deixa de fabricar...
Você é vaidoso?
Não muito. Não sou fã de cremes. No dia-a-dia, só blush para dar uma corzinha e corretivo para olheiras. Mas não existe cosmético melhor no mundo para disfarçar essa área do que um bom par de óculos! Os meus são fake, as lentes não têm grau. Adoro quando pedem meus óculos para ler e dizem que enxergam tudo! Minha vista é perfeita. Tenho olhos de lince, mas as olheiras são de búfalo!

Você tem muitos pares?
Não, só dois: um Prada e outro Dior.

Quem é a melhor personagem para suas colunas?
Glória Maria. Ela é sempre atração das festas. Quando está todo mundo de longo, ela vai de curto. E tem frases ótimas!

E quem é deselegante?
Não sei se é deselegância ou falta de amigo para dar um toque, mas fico louco com o Eike Batista. Como ele ainda usa celular pendurado no cinto da calça?

Como cuida da forma física?
Não cuido. Estou 10 quilos acima do peso. Amo batata frita, mas não gosto de correr porque odeio sentir calor. Ar-condicionado é tudo na minha vida!

Por que não corre na esteira de uma academia?
Sabe que estou pensando nisso? Ouvi dizer que elas são uma excelente fonte de notas.


Bruno Astuto, o colunista que coleciona furos sobre as celebridades, deu o ar da graça no SPFW. Ladeando Bethy Lagardére e Paulo Borges ele desfilou com uma das 400 bolsas que tem em sua coleção.

De olho 24 horas por dia nos famosos, Astuto gosta de conferir tudo in loco. Freqüenta todas as festas e eventos importantes para colher material e investigar, sempre usando uma bolsa feminina a tiracolo, sua marca registrada .

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Ps: Amei esta matéria que saiu na Veja a um bom tempo e tomei liberdade de publicala novamente! Bruno Astuto é um íconi do colunismo social... Admiro-o muito!