quarta-feira, 1 de junho de 2011

UGT

LÍDERES ASSASSINADOS: não se trata mais de denunciar assassinatos ocorridos na Colômbia, em Honduras ou na Guatemala, onde os números de vítimas fatais por desrespeito aos direitos humanos são superlativos. Agora, e lamentavelmente, estamos falando do Brasil, país que tem Polícia e Justiça organizadas. Mais uma vez, na região norte do país, um casal de brasileiros, José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo Silva, foi brutalmente assassinado no município de Nova Ipixuna, Estado do Pará, a 481 quilômetros da capital, Belém. O casal trabalhava junto e já havia anunciado que sofria ameaças, havendo até mesmo a gravação de um vídeo com José Cláudio falando a respeito. As autoridades, ligadas ao Ministério do Desenvolvimento Agrário, cândidamente, disseram que desconheciam as denúncias. A Comissão Pastoral da Terra (CPT), da Igreja Católica, confirmou as ameaças. Os crimes, que vitimaram dois líderes, tiveram intensa repercussão no exterior, mais uma vez manchando a já combalida imagem brasileira. A CSA (Confederação Sindical dos Trabalhadores/as das Américas), através de sua Secretaria de Políticas Sociais, enviou dura carta à presidente Dilma Rousseff denunciando o fato e pedindo providências para o esclarecimento do caso. As centrais brasileiras afiliadas à CSA (CUT, FS e UGT) também condenaram os crimes e fizeram coro para que se pratique justiça nesses casos, infelizmente repetitivos no país. É sempre bom lembrar o caso do assassinato da irmã Dorothy Stang, no mesmo Estado do Pará, cujos assassinos continuam foragidos.

MAIS DUAS MORTES EM 27/5: Adelino Ramos, líder do MCC (Movimento Camponês Corumbiara) foi morto a tiros em Vista Alegre do Abunã, distrito de Porto Velho. Eremilton Pereira dos Santos, também foi morto em Nova Ipixuna, no Pará, onde ocorreram os crimes contra o casal José Cláudio e Maria. Aparentemente, um caso nada tem a ver com o outro, apenas a similaridade no motivo: todos eram líderes que defendiam a exploração sustentável da floresta e foram assassinados em nome da cobiça e da exploração ilegal de madeiras.

COMISSÃO PASTORAL DA TERRA: Marta Cunha, da CPT, disse: "Infelizmente vai ficar pior com o novo Código Florestal porque quem degradou vai ser anistiado. Nos resta uma sensação de que este é um país sem lei" (Folha de São Paulo, A-10, 31-05-11). Com a palavra o PC do B e o deputado relator do CF, Aldo Rabello.

MERCADO DE TERRAS RARAS: UGTpress já abordou o assunto. Vez ou outra, a grande imprensa brasileira se refere a ele em reportagens internas. O tema, que se conheça, não tem recebido do governo brasileiro qualquer prioridade. Aqui se vende qualquer terra e em qualquer quantidade. Neste caso, tratam-se das chamadas "terras raras", onde se encontram produtos minerais de alta tecnologia. A maior compradora de terras com essas características é a China, principalmente na África e na América Latina. Nas últimas décadas, a mineração se preocupou em trabalhar com os metais básicos (minério de ferro, níquel, zinco e outros). Ultimamente, em função do crescimento da demanda, apareceram nomes como neodímio (utilizado em turbinas eólicas e smartphones) e lantânio (utilizado na fabricação de lentes óticas). Tatiana Freitas, em reportagem na Folha de São Paulo (24-05-11), diz:"O mercado global de terras raras, um grupo de 15 elementos químicos metálicos utilizados pela indústria de alta tecnologia, deve dobrar de tamanho até 2015". O Brasil precisa tomar providências.

DESONERAÇÃO DA FOLHA DE PAGAMENTOS: o Brasil está prestes a entrar nunca discussão que vem sendo adiada por conta de situações políticas pontuais. Agora, setores patronais e de trabalhadores começam a discutir o tema, querendo colocá-lo na agenda política contemporânea. A desculpa, como sempre, é a competitividade da indústria brasileira. Os empresários alegam que, entre os gastos que elevam o chamado Custo Brasil, estão os encargos sociais que incidem sobre a folha de pagamentos. Nada contra a discussão do tema. Contudo, ele não pode ser considerado isoladamente e deve ser estudado à luz de outros custos, entre os quais juros, tarifas públicas e os altos gastos de transporte em território brasileiro, dentre muitos.

QUEM GANHA MAIS? a confiar na pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), são os homens com curso superior. A grande imprensa, repercutindo as estatísticas colhidas pelo Cadastro Central de Empresas (Cempre), com base em dados de 2009, constatou aquilo que já vinha sendo alardeado por escolas e estudiosos do assunto: a educação realmente melhora o retorno salarial das pessoas. O estudo mostrou que os homens são maioria no mercado de trabalho e que eles ainda ganham mais do que as mulheres. A gerente do Cempre, Denise Freire, afirmou: "As diferenças são significativas em todos os setores, mas principalmente na indústria, muito mais do que no comércio" (Folha, B5, 26-05-11)

UNIÃO GERAL DOS TRABALHADORES
PRESIDENTE: RICARDO PATAH